sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Design de Interiores como instrumento de humanização: ambientes para conviver



Muito já se falou sobre reformas de ambientes e adaptações em espaços de convivência, sejam eles residenciais ou comerciais, sem ao menos dar o devido valor à humanização, isto é, espaços que proporcionem qualidade de vida, de bem estar, aumentando as relações de convivência humana.Não só satisfazendo, de acordo com seus usuários, determinados aspectos estéticos ou idéias de beleza, mas envolvendo também valores sociais e culturais, desenvolvimentos tecnológicos, aspectos psicológicos e ambientais, que os tornem mais “humanos”, possibilitando a convivência de forma plena.

Estes conceitos estão intimamente relacionados com a concepção dos espaços e a dimensão humana. Muitas destas “mudanças” ou reformas de ambientes adotam valores pré-concebidos das relações humanas, e continuam a definir espaços aplicando “moldes pré-concebidos”, sem mesmo questionar sua influência e domínio na vida das pessoas que ali desenvolvem suas atividades, sejam elas de trabalho, lazer ou descanso. As reais necessidades individuais, hábitos específicos, aspectos culturais e sociais destas pessoas, são simplesmente descartados, para dar lugar a uma “fórmula pronta de ambiente”. Muitas vezes um ambiente personalizado é interpretado apenas em um patamar meramente estético; não correspondendo satisfatoriamente com um modo de vida singular, os hábitos e aspectos sociais específicos; não levando em conta o bem estar ou a convivência das pessoas. Nestes casos, a aparência é levada como o principio e o fim da concepção espacial. O estético não deveria ser determinante.

É tempo de repensar e conceber os locais de convívio do homem em função de valores sociais e culturais, necessidades e hábitos específicos. Uma grande parte dos intelectuais de nossa época, defendem a idéia de que a humanização do design tem de ser a missão fundamental da Arquitetura no século XXI.

O ambiente é uma extensão do ser humano na sua forma de habitar, trabalhar, conviver e viver. Sob esta ótica, não meramente estética, pessoa e ambiente são unos e, portanto, não podem ser pensados separadamente. Os projetos arquitetônicos e de design de interiores precisam levar em consideração a vida humana. Estes projetos devem propor simultaneamente noções de funcionalidade, estética e conforto (térmico, acústico, luminotécnico, ergométrico, tátil, etc).

Exemplificando de forma simples, quem não conhece aquele projeto que propõe uma sala de jantar que é raramente utilizada, em uma área generosa da residência, enquanto a família se “espreme” em uma sala intima, para ver diariamente seu programa favorito. 
Adota-se muitas vezes, sem a menor hesitação, um “molde pré-concebido”, sem se quer pensar, se a sala de jantar pode continuar desfrutando de tamanha dimensão em relação aos demais ambientes, ou ter prioridade em relação aos hábitos da família em questão.

Durante sua história moderna, o homem foi levado a crer que a chave “do bem estar” estava nas reformas exteriores. A conseqüência desta ênfase exagerada no exterior foi a negligencia - até o esquecimento total - das atividades interiores do homem, da necessidade de refrear algumas ações mentais e estimular outras. A tarefa mais premente do homem, hoje, é a valorização da vida e do convívio humano. Precisamos de um novo estágio do pensamento, um modelo baseado em princípios de humanização.

Atualmente percebemos que não são muitos, os projetos que se revelam “de dentro para fora”; priorizando essas noções relacionadas à qualidade de vida e bem estar do homem; abordadas aqui de forma sintética. Nelas devemos basear a concepção de projetos; em princípios básicos do ser humano, com a naturalidade que nos protege da artificialidade.

Neste sentido cabe a nós, educadores e profissionais da área, a tarefa de alertar.

Acredito que a formação do Designer de Interiores, da teoria à prática, deverá se voltar para esta questão, ampliando seus conhecimentos de outras áreas tais como: arquitetura, sociologia, meio-ambiente e psicologia. Desenvolvendo ainda mais, sua sensibilidade e percepção dos aspectos estéticos, éticos e de comportamento.

Meu nome é Augusto Kruger, sou diretor de marketing e apaixonado por tecnologia e artes gráficas. Eu trabalho na Papira como Diretor de Marketing e arte finalista. Aqui vou tentar trazer um conteúdo interessante, com coisas que eu gosto e que significam algo para mim e para as pessoas que eu conheço.

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