quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Como fazer um banner

Crie um slogan simples, descreva seu produto ou serviço, una essas informações com uma imagem de alta qualidade por meio de softwares gráficos, envie para gráfica e divulgue

Um banner é um material publicitário impresso em papel resistente ou em lona, que pode ser pendurado em um suporte móvel ou fixado em uma parede com cola ou adesivos.
Os banners possuem formato geralmente retangular para exposição em posição vertical. Os tamanhos mais comuns são:
  • 60x90 cm;
  • 90x120 cm;
  • 120x180 cm.
Você pode usar um banner em um evento escolar, empresarial ou religioso. Esse material também é ótimo para promoções de vendas em bancas de jornal, supermercados e feiras de negócios.
Para fazer um banner você vai precisar de um pouco de criatividade para criar um slogan para o seu serviço ou produto e saber operar um software de criação como o Corel Draw ou Photoshop.
Observe a seguir um passo a passo prático para a criação do seu banner:
  • Slogan: escolha a melhor característica do seu produto ou serviço e crie uma frase de três ou quatro palavras que possa definir essa característica;
  • Texto: escreva um texto pequeno que apresente um pouco mais sobre essa característica do seu produto ou serviço;
  • Formato: escolha o formato mais adequado para a criação do seu banner: 60 x 90cm, 90 x 120cm ou 120 x 180cm;
  • Imagem: faça várias imagens em alta definição sobre seu produto ou serviço e escolha a mais interessante e significativa para colocar no banner;
  • Montagem: abra o Corel Draw ou Photoshop, crie um documento com o formato indicado e com uma definição alta [mais de 300dpi], estabeleça margens e uma sangria de no mínimo 5 mm. Abra quatro layers. Insira a imagem no layer 1, o slogan no layer 2, o texto no layer 3 e os seus contatos no layer 4. O slogan deve ser colocado em letras grandes e sem serifas, o texto em letras médias e serifadas, e os contatos em letras pequenas com ou sem serifas, no final da página.
Feito isso, ligue para a Papira e pergunte aos técnicos e vendedores qual a melhor maneira de fechar o arquivo. Siga as instruções e, em seguida, leve o seu arquivo em um pendrive até a gráfica ou envie por upload via site ou por e-mail.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Pintores Famosos

Leonardo di ser Piero da Vinci (Loudspeaker.svgpron.Vinci15 de abril de 1452 – Amboise2 de maio de 1519) foi um polímata italiano, uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento, que se destacou comocientistamatemáticoengenheiroinventoranatomistapintorescultorarquitetobotânicopoeta emúsico.[1][2][3] É ainda conhecido como o precursor da aviação e da balística.[1] Leonardo frequentemente foi descrito como o arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção.[4] É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos, e como possivelmente a pessoa dotada de talentos mais diversos a ter vivido.[5] Segundo a historiadora de arte Helen Gardner, a profundidade e o alcance de seus interesses não tiveram precedentes e sua mente e personalidade parecem sobre-humanos para nós, e o homem em si [nos parece] misterioso e distante.[4]
Nascido como filho ilegítimo de um notário, Piero da Vinci, e de uma camponesa, Caterina, em Vinci, na região da Florença, foi educado no ateliê do renomado pintor florentino, Verrocchio. Passou a maior parte do início de sua vida profissional a serviço de Ludovico Sforza (Ludovico il Moro), em Milão; trabalhou posteriormente em RomaBolonha e Veneza, e passou seus últimos dias na França, numa casa que lhe foi presenteada pelo rei Francisco I.
Leonardo era, em seu tempo, como até hoje, conhecido principalmente como pintor.[5] Duas de suas obras, a Mona Lisa e A Última Ceia, estão entre as pinturas mais famosas, mais reproduzidas e mais parodiadas de todos os tempos, e sua fama se compara apenas à Criação de Adão, de Michelangelo.[4] O desenho doHomem Vitruviano, feito por Leonardo, também é tido como um ícone cultural,[6] é foi reproduzido por todas as partes, desde o euro até camisetas. Cerca de quinze de suas pinturas sobreviveram até os dias de hoje; o número pequeno se deve às suas experiências constantes - e frequentemente desastrosas - com novas técnicas, além de sua procrastinação crônica.[nb 3] Ainda assim, estas poucas obras, juntamente com seus cadernos de anotações - que contêm desenhos, diagramas científicos, e seus pensamentos sobre a natureza da pintura - formam uma contribuição às futuras gerações de artistas que só pode ser rivalizada à de seu contemporâneo, Michelangelo.[nb 4]
Leonardo é reverenciado por sua engenhosidade tecnológica;[5] concebeu ideias muito à frente de seu tempo, como um helicóptero, um tanque de guerra, o uso da energia solar, uma calculadora, o casco duplo nas embarcações, e uma teoria rudimentar das placas tectônicas.[8] Um número relativamente pequeno de seus projetos chegou a ser construído durante sua vida (muitos nem mesmo eram factíveis).[nb 5] mas algumas de suas invenções menores, como uma bobina automática, e um aparelho que testa a resistência à tração de um fio, entraram sem crédito algum para o mundo da indústria.[nb 6] Como cientista, foi responsável por grande avanço do conhecimento nos campos da anatomia, da engenharia civil, da óptica e da hidrodinâmica.[9]
Leonardo da Vinci é considerado por vários o maior gênio da história, devido a sua multiplicidade de talentos para ciências e artes, sua engenhosidade e criatividade, além de suas obras polêmicas. Num estudo realizado em 1926 seu QI foi estimado em cerca de 180.[10][11]



Frida Kahlo

 

Frida Kahlo nasceu em 6 de julho de 1907 na casa de seus pais, conhecida como La Casa Azul (A Casa Azul), em Coyoacán, que naquela época era uma pequena cidade nos arredores da Cidade do México.
Seu pai, Guillermo Kahlo (1871-1941), nasceu Carl Wilhelm Kahlo, em Pforzheim Alemanha, filho de Henriette Kaufmann e Jakob Heinrich Kahlo. Enquanto a própria Frida sustentou que seu pai era de ascendência judaico-húngara,[3] pesquisadores demonstraram que os pais de Guillermo Kahlo não eramjudeus, mas luteranos alemães.[4] Guillermo Kahlo navegou para o México em 1891 com a idade de dezenove anos e, após sua chegada, mudou seu nome alemão, Wilhelm, para o equivalente em espanhol, "Guillermo".
A mãe de Frida, Matilde Calderón y Gonzalez, era uma católica devota de origem indígena e espanhola.[5]Os pais de Frida se casaram logo após a morte da primeira esposa de Guillermo durante o nascimento do seu segundo filho. Embora seu casamento tenha sido muito infeliz, Guillermo e Matilde tiveram quatro filhas, sendo Frida a terceira. Ela tinha duas meia irmãs mais velhas. Frida ressaltava que ela cresceu em um mundo cercado por mulheres. Durante a maior parte de sua vida, no entanto, Frida se manteve próxima a seu pai. Sua família continua tendo presença no mundo artístico até os tempos atuais; a atriz, escritora e cantora Dulce María é sua sobrinha-bisneta.
Em 1913, com seis anos, Frida contrai poliomielite, sendo esta a primeira de uma série de doenças, acidentes, lesões e operações que sofre ao longo de sua vida. A poliomielite deixa uma lesão no seu pé direito e, graças a isso, ganha o apelido Frida pata de palo (ou seja, Frida perna de pau). A partir disso ela começou a usar calças e depois, longas e exóticas saias, que vieram a ser uma de suas marcas pessoais.
Ao contrário de muitos artistas, Kahlo não começou a pintar cedo. Embora o seu pai tivesse a pintura como um passatempo, Frida não estava particularmente interessada na arte como uma carreira.
Entre 1922 e 1925 frequenta a Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México e assiste a aulas de desenho e modelagem.
Em 1925, aos 18 anos aprende a técnica da gravura com Fernando Fernandez. Porém sofreu um grave acidente. Um bonde no qual viajava chocou-se com um trem. O pára-choque de um dos veículos perfurou as costas de Frida, atravessou sua pélvis e saiu por sua vagina. Tal acidente fez a artista ter de usar vários coletes ortopédicos de materiais diferentes, chegando inclusive a pintar alguns deles (por exemplo o colete de gesso na tela intitulada A Coluna Partida). Por causa desta tragédia, fez várias cirurgias e ficou muito tempo acamada. Durante a sua longa convalescença, começou a pintar com uma caixa de tintas que pertenciam ao seu pai, e com um cavalete adaptado à cama.
Em 1928 quando Frida Kahlo entra no Partido comunista mexicano, ela conhece o muralista Diego Rivera, com quem se casa no ano seguinte. Sob a influência da obra do marido, adotou o emprego de zonas de cor amplas e simples num estilo propositadamente reconhecido como ingênuo. Procurou na sua arte afirmar a identidade nacional mexicana, por isso adotava com muita frequência temas do folclore e da arte popular do México.
Entre 1930 e 1933 passa a maior parte do tempo em Nova Iorque e Detroit com Rivera. Entre 1937 e 1939Leon Trotski vive em sua casa de Coyoacan.
Em 1938 André Breton qualifica sua obra de surrealista em um ensaio que escreve para a exposição de Kahlo na galeria Julien Levy de Nova Iorque. Não obstante, ela mesma declara mais tarde: Pensavam que eu era uma surrealista, mas eu não era. Nunca pintei sonhos. Pintava a minha própria realidade.
Em 1939 expõe em Paris na galeria Renón et Colle. A partir de 1943 dá aulas na escola La Esmeralda, no D.F. (México).
Em 1953 a Galeria de Arte Contemporânea desta mesma cidade organiza uma importante exposição em sua honra.
Alguns de seus primeiros trabalhos incluem o Auto-retrato em um vestido de veludo (1926), Retrato de Miguel N. Lira (1927), Retrato de Alicia Galant (1927) e Retrato de minha irmã Cristina (1928).

 Vida pessoal

"A Casa Azul", residência de Frida e de seus familiares.
Casa-se aos 21 anos com Diego Rivera, um casamento tumultuado, visto que ambos tinham temperamentos fortes e casos extraconjugais. Kahlo, que era bissexual, esteve relacionada com Leon Trotski depois de separar-se de Diego. Rivera aceitava abertamente os relacionamentos de Kahlo com mulheres, embora não aceitasse seus casos com homens. Frida descobre que Rivera mantinha um relacionamento com sua irmã mais nova, Cristina que teve 6 filhos. Separam-se, mas em 1940 unem-se novamente, e o segundo casamento foi tão tempestuoso quanto o primeiro. Durante o casamento, embora tenha engravidado mais de uma vez, nunca teve filhos, pois as sequelas do acidente a impossibilitaram de levar uma gestação até o final.
Depois de algumas tentativas de suicídio com facas e martelos, em 13 de julho de 1954, Frida Kahlo, que havia contraído uma forte pneumonia, foi encontrada morta. Seu atestado de óbito registra embolia pulmonar como a causa da morte. Mas não se descarta que ela tenha morrido de overdose, que pode ter sido acidental ou não. A última anotação em seu diário, que diz "Espero que minha partida seja feliz, e espero nunca mais regressar - Frida", permite a hipótese de suicídio.
Pesquisadores com base na autópsia de Frida acreditam ter sido envenenada por uma das amantes de seu então marido.
Diego Rivera descreveu em sua auto-biografia que o dia da morte de Frida foi o mais trágico de sua vida

 


Vincent van Gogh

 

Vincent Willem van Gogh (pronúncia em neerlandês[ˈvɪnsɛnt vaŋ ˈxɔx] Ltspkr.png ouça; pronúncia em vasco:[vɑɲ ˈʝɔç]Zundert30 de Março de 1853 — Auvers-sur-Oise29 de Julho de 1890) foi um pintor pós-impressionista neerlandês, freqüentemente considerado um dos maiores de todos os tempos.[1]
Sua vida foi marcada por fracassos. Ele falhou em todos os aspectos importantes para o seu mundo, em sua época. Foi incapaz de constituir família, custear a própria subsistência ou até mesmo manter contactos sociais. Aos 37 anos, sucumbiu a uma doença mental, suicidando-se.
A sua fama póstuma cresceu especialmente após a exibição das suas telas em Paris, a 17 de Março de 1901.
Van Gogh é considerado um dos pioneiros na ligação das tendências impressionistas com as aspiraçõesmodernistas, sendo a sua influência reconhecida em variadas frentes da arte do século XXI, como por exemplo o expressionismo, o fauvismo e o abstraccionismo.
Museu Van Gogh em Amsterdã é dedicado aos seus trabalhos e aos dos seus contemporâneos.

Primeiros anos

Vincent em 1866
Vincent nasceu em Zunderrt, uma cidade próxima a Breda, na província de Brarrabante do Norte, nos Países Baixos (mais conhecidos no Brasil e em Portugal como Holanda). Era filho de Theodorus, um pastor da Igreja Reformada Neerlandesa (calvinista), e de Anna Cornelia Carbentus. Recebeu o mesmo nome de seu avô paterno e também daquele que seria o primogênito da família, morto antes mesmo de nascer exatamente um ano antes de seu nascimento. Especula-se[2] que este fato tenha influenciado profundamente certos aspectos de sua personalidade, e que determinadas características de sua pintura (como a utilização de pares de figuras masculinas) tenham sido motivadas por isso. Ao todo, Vincent teve dois irmãos: Theodorus, apelidado de Theo, e Cornelius (Cor); e três irmãs: Elisabeth, Anna e Willemina (Will).
Vincent era uma criança séria, quieta e introspectiva. Desenvolveu através dos anos uma grande amizade e forte ligação com seu irmão mais novo, Theo. A vasta correspondência entre Theo e Vincent foi preservada e publicada em 1914, trazendo a público inúmeros detalhes da vida privada do pintor, bem como de sua personalidade. É através destas cartas que se sabe que foi Theo quem suportou financeiramente o irmão durante a maior parte da sua vida.
Aos 16 anos, por recomendação de seu tio Vincent (ou Cent), começou a trabalhar para um comerciante de arte estabelecido na Haia, na empresa Goupil & Cie. Quatro anos depois foi transferido para Londres, e depois para Paris.[1]
No entanto, Vincent estava cada vez mais interessado em assuntos religiosos, e acabou sendo demitido da galeria. Ele então decidiu retornar à Inglaterra para fazer um trabalho sem remuneração. Durante o Natal, Van Gogh retornou para casa e começou a trabalhar numa livraria. Ele ficou seis meses no novo emprego, onde gastava a maior parte de seu tempo traduzindo a Bíblia.
Em 1877 sua família mandou-o para Amsterdã, onde morou com seu tio Jan. Vincent preparou-se para os exames de admissão da Universidade de Teologia com seu tio Johannes Stricker (teólogo), mas fracassou. Mudou-se então para a Bélgica, e novamente fracassou nos estudos da escola Missionária Protestante. Em1879, ainda na Bélgica, começou um trabalho temporário como missionário em uma comunidade pobre de mineiros.

 Estudos de arte

Os Comedores de Batata, 1885
Em 1880, Vincent decidiu seguir a sugestão do seu irmão Theo e levar a pintura mais a sério. Ele partiu paraBruxelas para tomar aulas com Willem Roelofs, que o convenceu a tentar a Academia Royal de Artes. Lá ele estudou um pouco de anatomia e de perspectiva.
Em 1881, Van Gogh mudou-se com a família para Etten, onde ficou amigo de Kee Vos-Stricker, sua prima e filha de Johannes Vicent Stricker. Ao pedi-la em casamento, ela o recusou com um enérgico "nunca". Porém, Van Gogh insistiu em sua idéia, o que gerou conflitos com seu pai. No final do mesmo ano, Vincent partiria para a Haia.
Na Haia, ele juntou-se a seu primo, Anton Mauve, nos estudos de arte. Envolveu-se com uma prostituta grávida e já mãe de um filho, conhecida como Sien. Quando o pai de Van Gogh soube do relacionamento do filho, exigiu que ele a abandonasse.
Em 1883, mudou-se para Nuenen (Holanda) onde se dedicou à pintura. Lá se apaixonou pela filha de uma vizinha, Margot Begemann. Decidiram se casar, mas suas famílias não aceitaram o casamento, o que fez com que Margot tentasse o suicídio.
Em 1885, o pai de Van Gogh morreu de infarte. Neste mesmo ano ele pintou aquela que é considerada a sua primeira grande obra: Os Comedores de Batata. Em novembro do mesmo ano, muda-se para Antuérpia.
Com poucos recursos, ele preferia mandar dinheiro para Theo em Paris, para que este lhe enviasse material de pintura, a comer uma boa refeição. Enquanto estava em Antuérpia, dedicou-se ao estudo das cores e visitou museus, apreciando trabalhos principalmente de Peter Paul Rubens, e tornou-se um bebedor frequente de absinto. Foi nesta altura que entrou em contacto com a arte japonesa, da qual se tornou fervoroso admirador e que posteriormente o influenciaria pelas cores fortes e uso das linhas.
Em 1886, matriculou-se na Ecole des Beaux-Arts de Antuérpia.

[editar] Paris

Retrato de Père Tanguy, 1887
Em março de 1886, Van Gogh mudou-se para Paris, onde dividiu um apartamento em Montmartre com Theo. Depois, os dois mudaram-se para um apartamento maior na Rue Lepic, 54. Por alguns meses, Vincent trabalhou no Estúdio Cormon, onde conheceu os artistas John Peter RussellÉmile Bernard e Henri de Toulouse-Lautrec, entre outros.[1] Este último, alcóolatra, apresenta van Gogh ao absinto, bebida popular da ocasião, que viria a ser muito consumida pelo pintor, que a retratou em Natureza Morta com Absinto. O absinto possuía como principal ingrediente uma planta alucinógena de nome Artemisia absinthium e cujagraduação alcóolica era de 68%. O absinto, também conhecida como "fada verde" devido aos efeitos alucinógenos, foi responsabilizado por alucinaçõessurtos psicóticos e mesmo mortes.[3]
Através de Theo, conhece MonetRenoirSisleyPissarroDegasSignac e Seurat.[1]
Naquela época, o impressionismo tomava conta das galerias de arte de Paris, mas Van Gogh tinha problemas em assimilar esse novo conceito de pintura. Vincent e Émile Bernard começaram o uso da técnica dopontilhismo, inspirados em Georges Seurat.
A partir de sua estada em Paris, Van Gogh abandona sua temática sombria e obscura de camponeses e suas obras recebens tons mais claros. São desta época os quadros Mulher sentada no Café du TambourinA ponte Grande Jatte sobre o SenaQuatro Girassóis, os Retratos de Père Tanguy, entre outros.[1]
Em 1887, conhece Paul Gauguin, e mais para o final do ano expõe em Montmartre. No ano seguinte, decide mudar-se de Paris.

[editar] Arles

Terraço do Café em Arles à Noite, 1888
Vincent van Gogh chegou em Arles, no Sul de França, no dia 21 de fevereiro de 1888. A cidade era um local que o impressionava pelas paisagens e onde esperava fundar uma colônia de artistas.
Com objetivo de decorar a sua casa em Arles (conhecida como A Casa Amarela, retratada em uma de suas obras), Van Gogh pintou a série de quadros com girassóis, dos quais um se tornaria numa de suas obras mais conhecidas. Dos artistas que deixara em Paris, apenas Gauguin respondeu ao convite feito para se instalar em Arles. O Vinhedo Vermelho, único quadro vendido durante a sua vida, foi pintado nesta altura. Ele o vendeu por 400 francos.
Gauguin e Van Gogh partilhavam uma admiração mútua, mas a relação entre ambos estava longe de ser pacífica e as discussões, frequentes. Para representar as relações abaladas entre os dois, Van Gogh pinta aA Cadeira de Van Gogh e a A Cadeira de Gauguin, ambas de dezembro de 1888. As duas cadeiras estão vazias, com objetos que representam as diferenças entre os dois pintores. A cadeira de Van Gogh é sem braços, simples, com assento de palha; a de Gauguin possui assento estofado e possui braços.
Mediante os diversos conflitos, Gauguin pensa em deixar Arles: "Vincent e eu não podemos simplesmente viver juntos em paz, devido à incompatibilidade de temperamentos", queixou-se ele a Theo. Gauguin sentia-se incomodado com as variações de humor de Vincent pela pressão exercida por elas.
Em 23 de dezembro de 1888, após a saída de Gauguin para uma caminhada, Van Gogh o segue e o surpreende com uma navalha aberta. Gauguin se assusta e decide pernoitar em uma pensão. Transtornado e com remorso pelo feito, Vincent corta um pedaço de sua orelha esquerda, que embrulha em um lenço e leva, como presente, a uma prostituta sua amiga, Rachel. Vincent retorna à sua casa e deita-se para dormir como se nada acontecera. A polícia é avisada e encontra-o sem sentidos e ensanguentado. O artista é encaminhado ao hospital da cidade.[4] Gauguin então manda um telegrama para Theo e volta para Paris, julgando melhor não visitar Vincent no hospital.
Vincent passa 14 dias no hospital, ao final dos quais retorna à casa amarela. Em seu retorno pinta o Auto-Retrato com a Orelha Cortada. O episódio trágico convenceu van Gogh da impossibilidade de montar uma comunidade de artistas em Arles.[1]
O estilo de pintura acompanhou a mudança psicológica e Van Gogh trocou o pontilhado por pequenas pinceladas.
Quatro semanas após seu retorno do hospital, Van Gogh apresenta sintomas de paranóia e imagina que lhe querem envenenar. Os cidadãos de Arles, apreensivos, solicitam seu internamento definitivo. Sendo assim, van Gogh passa a viver no hospital de Arles como paciente e preso.
Rejeitado pelo amigo Gauguin e pela cidade, descartados seus planos da comunidade de artistas, se agrava a depressão de Van Gogh, que tinha como único amigo seu irmão Theo, que por sua vez estava por casar-se. O casamente de Theo constribui para a inquietação de Vincent, que teme pelo afastamento do irmão.[1]

Saint-Rémy

A Noite Estrelada, 1889
Em 1889, aos 36 anos, pediu para ser internado no hospital psiquiátrico em Saint-Paul-de-Mausole, perto deSaint-Rémy-de-Provence, na Provença. A região do asilo possuía muitas searas de trigo, vinhas e olivais, que transformaram-se na principal fonte de inspiração para os quadros seguintes, que marcaram nova mudança de estilo: as pequenas pinceladas evoluíram para curvas espiraladas.[1]

[editar] Auvers

Retrato do Dr. Gachet, obra de 1890
Em maio de 1890, Vincent deixou a clínica e mudou-se de novo para perto de Paris (em Auvers-sur-Oise), onde podia estar mais perto do seu irmão e frequentar as consultas do doutor Paul Gachet, um especialista habituado a lidar com artistas, recomendado por Camille Pissarro. Gachet não conseguiu melhorias no estado de espírito de Vincent, mas foi a inspiração para o conhecido Retrato do Doutor Gachet. Em Auvers Van Gogh produz cerca de oitenta pinturas.[1]
Entretanto, a depressão agravou-se, e a 27 de Julho de 1890, depois de semanas de intensa atividade criativa (nesta época Van Gogh pinta, em média, um quadro por dia),[5] Van Gogh dirige-se ao campo onde disparou um tiro contra o peito. Arrastou-se de volta à pensão onde se instalara e onde morreu dois dias depois, nos braços de Theo.[1] As suas últimas palavras, dirigidas a Theo, teriam sido: "La tristesse durera toujours" (em francês, "A tristeza durará para sempre").[6]

 A doença

Na ocasião, o diagnóstico de Van Gogh mencionava perturbações epiléticas, ainda que o diretor do asilo, Dr. Peyron, sequer fosse especialista em psiquiatria. As crises ocorriam de tempos em tempos, precedidas por sonolência e em seguida apatia. Tinham a média de duração de duas a quatro semanas, período no qual Van Gogh não conseguia pintar. Nestas crises predonimavam a violência e as alucinações. No entanto, Van Gogh tinha consciência de sua doença e lhe era repulsivo viver com os demais doentes mentais da instituição.[1]
"Após a experiência dos ataques repetidos, convém-me a humildade. Assim pois: paciência. Sofrer sem se queixar é a única lição que se deve aprender nesta vida."

— Vincent Van Gogh
A doença de Van Gogh foi analisada durante os anos posteriores e existem várias teses sobre o diagnóstico. Alguns como o doutor Dietrich Blumer, em artigo publicado no American Journal of Psychiatry, mantém o diagnóstico de epilepsia do lobo temporal, agravada pelo uso do absinto.[4]
Segundo alguns, Vincent teria sofrido de xantopsia (visão dos objetos em amarelo), por isso exagerava no amarelo em suas telas. Esta xantopsia pode ou não ter surgido pelo excesso de ingestão de absinto, que contém tujona, uma toxina. Outra teoria seria que doutor Gachet teria indicado o uso de digitalis para o tratamento de epilepsia, o que poderia ter ocasionado visão amarelada a Van Gogh.[7] Outros documentos relatam ainda que na verdade Van Gogh seria daltônico.
Há ainda diagnósticos de esquizofrenia[8] e de transtorno bipolar do humor, sendo este último o diagnóstico mais aceito.[4][9][10][11]
Consta que na família de Van Gogh existiram outros casos de transtorno mental: Théo sofreu depressão e ansiedade e faleceu de "demência paralítica" (neurossífilis), no Instituto Médico para Doentes Mentais em Utrecht. Wilhelmina era esquizofrênica e viveu durante 40 anos neste mesmo instituto e Cornelius cometeu suicídio aos 33 anos de idade

 

Anita Malfatti

 

Biografia

Filha do engenheiro italiano Samuel Malfatti e de Betty Krug, Anita Malfatti nasceu no ano de 1889 , em São Paulo .
Segunda filha do casal, nasceu com atrofia no braço e na mão direita. Aos três anos de idade foi levada pelos pais a Lucca, na Itália, na esperança de corrigir o defeito congênito. Os resultados do tratamento médico não foram animadores e Anita teve que carregar essa deficiência pelo resto da vida. Voltando ao Brasil, teve a sua disposição Miss Browne, uma governanta inglesa, que a ajudou no desenvolvimento do uso da mão esquerda e no aprendizado da arte e da escrita.
Iniciou seus estudos em 1897 no Colégio São José de freiras, situado à rua da Glória. Aí foi alfabetizada. Posteriormente passa a estudar na Escola Americana e em seguida no Mackenzie College onde, em 1906, recebe o diploma de normalista.

Surge a pintora

Nesse meio tempo faleceu Samuel Malfatti, esteio moral e financeiro da família. Sem recursos para o sustento dos filhos, D. Betty passa a dar aulas particulares de idiomas e também de desenho e pintura. Chegou a submeter-se à orientação do pintor Carlo de Servi para com mais segurança ensinar suas discípulas. Anita acompanhava as aulas e nelas tomava parte. Foi portanto sua própria mãe quem lhe ensinou os rudimentos das artes plásticas.
"Eu tinha 13 anos, e sofria porque não sabia que rumo tomar na vida. Nada ainda me revelara o fundo da minha sensibilidade[...]Resolvi, então, me submeter a uma estranha experiência: sofrer a sensação absorvente da morte. Achava que uma forte emoção, que me aproximasse violentamente do perigo, me daria a decifração definitiva da minha personalidade. E veja o que fiz. Nossa casa ficava próxima da educada estação da Barra Funda. Um dia saí de casa, amarrei fortemente as minhas tranças de menina, deitei-me debaixo dos dormentes e esperei o trem passar por cima de mim. Foi uma coisa horrível, indescritível. O barulho ensurdecedor, a deslocação de ar, a temperatura asfixiante deram-me uma impressão de delírio e de loucura. E eu via cores, cores e cores riscando o espaço, cores que eu desejaria fixar para sempre na retina assombrada. Foi a revelação: voltei decidida a me dedicar à pintura."Anita Malfatti.

 Na Alemanha

Anita pretendia estudar em Paris, mas sem a ajuda do pai, parecia impossível, tendo em vista que sua avó vivia entrevada numa cama e sua mãe passava o dia dando aulas de pintura e de idiomas.
Anita tinha umas amigas, as irmãs Shalders, que iam viajar à Europa para estudar música. Assim surgiu a idéia de acompanha-las à Alemanha e seu tio e padrinho, o engenheiro Jorge Krug, aceitou financiar a viagem.
Anita e as Shalders chegaram em Berlim em 1910, ano marcante na história da Arte Moderna alemã.
"Os acontecimentos precipitavam-se tão depressa, que eu me lembro de ter vivido como dentro de um sonho. Nada do que acontecia se assemelhava com o que havia acontecido no Brasil."
"Comprei incontinente uma porção de tintas, e a festa começou" Anita Malfatti.
Berlim era então o grande centro musical da Europa. O grupo Die Brucke fazia diversas exposições expressionistas e foi na Alemanha que Anita travou contato com a vanguarda europeia.
Acompanhando suas amigas às aulas no centro musical, acabou recebendo a sugestão para estudar no ateliê do artista Fritz Burger.
Fritz Burger era um retratista que dominava a técnica impressionista. Foi o primeiro mestre de Anita. Ao mesmo tempo, prestou os exames para ingressar na Real Academia de Belas Artes.
Durante as férias de verão, Anita e as amigas foram às montanhas de Harz, em Treseburg, região frequentada por pintores. Continuando sua viagem, visitou a 4° Sonderbund, uma exposição que aconteceu em Colônia na Alemanha, na qual conheceu o trabalho de Van Gogh.
Teve aulas também com Lovis Corinth nome bem mais conhecido do que seu primeiro mestre. Corinth, um tipo bem germânico, não tinha a menor paciência com seus alunos. Mas com Anita era diferente. Talvez porque se identificasse com ela. Alguns anos antes sofrera um AVC que, como sequela, tal como a aluna, lhe deixara alguma dificuldade motora.
Anita estava cada vez mais interessada pela pintura expressionista, desejava aprender sua técnica. Em 1913, inicia aulas com o professor Ernest Bischoff Culm.
Com a instabilidade causada pela aproximação da guerra, Anita Malfatti resolve deixar Berlim.

 Primeira exposição individual - 1914

Voltando ao Brasil, só me perguntavam pela Mona Lisa, pela glória da Renascença,e eu… nada"
"Minha família e meus amigos, eram de opinião de que eu deveria continuar meus estudos de pintura. Achavam meus quadros muito crus,mas, felizmente, muito fortes, o que prometia para o futuro uma pintura suave, quando a técnica melhorasse" Anita Malfatti.
São Paulo, 1914, Anita tinha 24 anos e, com mais de 4 anos de estudo na Europa, finalmente voltava para o seio familiar. A cidade crescia, mas o ambiente artístico ainda era incipiente, o gosto de arte predominante ainda era acadêmico. Ao mostrar suas obras - nada acadêmicas - Anita tentava explicar os avanços da arte na Europa, onde os jovens haviam levado às últimas consequências as conquistas vindas do impressionismo.
Anita ainda continuava firme no desejo de partir mais uma vez em viagem de estudos. Sem condições financeiras, tentou pleitear uma bolsa junto ao Pensionato Artístico do Estado de São Paulo. Por essa razão, montou no dia 23 de maio de 1914, uma exposição com obras de sua autoria, exposição essa que ficou aberta até meados de junho.
O senador José de Freitas Valle foi visitar a exposição. Dependia dele a concessão da bolsa. Mas o influente político não gostou das obras de Anita, chegando a criticá-las publicamente. Entretanto, independentemente da opinião do senador, a bolsa não seria concedida. Notícias do iminente início da guerra, fizeram com que o Pensionato as cancelasse. Foi aí que, mais uma vez, financiada pelo tio, o engenheiro e arquiteto Jorge Krug, Anita embarca para os Estados Unidos.

 Nos Estados Unidos

"Aí começa o período maravilhoso de minha vida. Entrei na Independent School of Art de Homer Boss, quase mais filósofo que professor.{…}O maior progresso que fiz na minha vida foi nesta ilha e nesta época de ambientes muito especiais. Eu vivia encantada com a vida e com a pintura."
" Era a poesia plástica da vida, era festa da forma e era a festa da cor"Anita Malfatti.
No início de 1915, Anita Malfatti já se encontrava em Nova York e matriculada na tradicional Art Student's League. Nessa escola, Anita ia de um professor a outro na tentativa de encontrar o caminho que sonhava para seus trabalhos. Após três meses de estudos, desistiu de qualquer curso de pintura ou desenho nessa escola. Trazendo em sua pintura a marcas do Expressionismo, dificilmente Anita conseguiria adaptar-se numa escola de ensino tradicional. Sobre sua experiencia na instituição, escreveria de forma lacônica, mas muito claramente:"Fui aos Estados Unidos, entrei numa academia para continuar meus estudos, e que desilusão! O professor foi ficando com raiva de mim, e eu dele, até que um dia, a luz brilhou de novo. Uma colega me contou na surdina que havia um professor moderno, um grande filósofo, incompreendido e que deixava os alunos pintarem à vontade. Na mesma tarde procuramos e professor, claro" O tal professor, eraHomer Boss, artista hoje quase esquecido pelos estudiosos da arte norte-americana.
Nas férias de verão, Homer Boss levou os alunos para pintarem na costa do Maine, na ilha de Monhegan. Esse estado litorâneo mais ao nordeste, fronteira com o Canadá, tornara-se há muito o refúgio dos artistas. Foi nessa ilha que a ainda não famosa aluna de Boss pintou a belíssima paisagem intitulada O farol, uma de suas obras primas. Passado o verão, Anita voltou à Independent School of Art. Em meados de 1916, preparava-se para voltar ao Brasil.

De volta ao Brasil

Em 1916, Anita se encontrava de novo em casa, no aconchego familiar… "Eram caixões de obras de arte, desenhos, gravuras e quadros de todos os tamanhos.Minha família e meus amigos estavam curiosos para ver meus trabalhos.Mas que efeito!"Anita Malfatti.
Nada daquilo que Anita trazia dos Estados Unidos, se assemelhava à " pintura suave", nada daquilo esperado e imaginado por seus amigos e parentes. Sua força masculina, que causara estranheza na sua primeira individual em 1914, atingira o ponto máximo de exagero. Anita inconscientemente, "rompera" com as regras da pintura acadêmica tão apreciada por seus parentes. A surpresa e a incompreensão foram inevitáveis. As obras que a pintora trouxe dos Estados Unidos, deixaram em sua família uma sensação tão grotesca, que o mal estar durou por anos. É fato que o assunto tornou-se "tabu" entre os membros da família e Anita diria depois laconicamente:"Quando viram minhas telas, todos acharam-nas feias, dantescas, e todos ficaram tristes, não eram os santinhos dos colégios. Guardei as telas."
Depois, seria mais específica, dizendo:"Ficaram desapontados e tristes. Meu tio, Dr. Jorge Krug, que tanto interesse teve na minha educação, ficou muito aborrecido. Disse ele:'Isto não é pintura, são coisas dantescas'" A expressão " coisas dantescas", ficaria para sempre gravada na mente e no coração de Anita. A incompreensão foi geral. Anita logo se deu conta do quanto suas telas, que traduziam sua alma, estavam distantes das do ambiente acadêmico que a rodeava. No mesmo depoimento de 1951, a pintora lembraria:"Então, pela primeira vez em minha vida, comecei a entristecer-me pois estava certa de que meu trabalho era bom; tanto os modernos franceses como os americanos haviam dito espontaneamente, desinteressadamente. Só desejei esconder meus quadros, já que, para me consolar, ou outros acharam que eu podia pintar como quisesse. Eles estavam desconsolados, porque me queriam bem. Entretanto eu sabia que aquela crítica não tinha fundamento, especialmente porque estava dentro de um regime completamente emocional. Eu nunca havia imitado a ninguém; só esperava com alegria que surgisse, dentro da forma e da cor aparente a mudança; eu pintava num diapasão diferente e era essa música da cor que me confortava e enriquecia minha vida." Anita Malfatti.

[editar] Segunda exposição individual - 1917

A estudante (1915-1916), de Anita Malfatti. Acervo do Museu de Arte de São Paulo.
Em 1917 Anita resolveu promover sua segunda exposição individual.
"A exposição da senhorita Malfatti, toda ela de pintura moderna, apresenta um aspecto original e bizarro, desde a disposição dos quadros aos motivos tratados em cada um deles. De uma rápida visita ao catálogo, o visitante há de inteirar-se logo do artista que vai observar. Tropical e Sinfonia colorida, são nomes que qualquer pintor daria até a uma paisagem, menos a uma figura, como tão bem fez a visão impressionista de sua autora. Essencialmente moderna, a arte da senhorita Malfatti, se distancia consideravelmente dos métodos clássicos. A figura ressalta, do fundo do quadro, como se nos apresentasse, em cada traço, quase violento, uma aresta do caráter do retratado. A paisagem é larga, iluminada, quase sempre tocada de uma luz crua, meridiana, que põe em relevo as paredes alvas, num embaralhamento de vilas sertanejas, onde a minudência se afasta para a mais forte impressão do conjunto."
Os acontecimentos a partir da primeira semana se deram de forma tão rápida e surpreendente, que Anita só se atreveria a narra-los 34 anos depois:"A princípio foram os meus quadros muito bem aceitos, e vendi, nos primeiros dias, oito quadros. Em geral depois da primeira surpresa, acharam minha pintura perfeitamente normal. Qual não foi a minha surpresa quando apareceu o artigo crítico de Monteiro Lobato."Anita Malfatti.
"Há duas espécies de artistas. Uma composta dos que veem normalmente as coisas e em consequência disso fazem arte pura… Se Anita retrata uma senhora com cabelos geometricamente verdes e amarelos, ela se deixou influenciar pela extravagância de Picasso e companhia - a tal chamada arte moderna..".
Após o artigo de Lobato, publicado em O Estado de S.Paulo, edição da tarde, em 20 de dezembro de 1917, com o título de A propósito da exposição Malfatti, as telas vendidas foram devolvidas, algumas quase foram destruídas a bengaladas; o artigo gerou uma verdadeira catilinária de trechos em jornais, contra Anita. A primeira voz que se levantou em defesa da pintora, foi a de Oswald de Andrade. Num artigo de jornal, ele elogiou o talento de Anita e parabenizou pelo simples fato dela não ter feito cópias. Pouco depois, jovens artistas e escritores, possuídos pelo desejo de mudança que as obras de Anita suscitaram, uniram-se a ela, como: Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del PicchiaGuilherme de Almeida.
Anita inicia estudos com o pintor acadêmico Pedro Alexandrino no ano de 1919, e também com o alemãoGeorge Fischer Elpons bem mais moderno que o velho mestre das naturezas mortas. Foi nessa ocasião que conheceu Tarsila do Amaral que tinha aulas com os mesmos professores. Depois do pai, também o tio Jorge Krug, que a havia ajudado tanto, também faleceu e Anita precisou buscar caminhos para vender suas obras. Pedro Alexandrino já era um pintor de renome e vendia com muita facilidade seus trabalhos. Anita busca essa aproximação sendo sua aluna, embora muitas interpretações apontem para a versão de que ela o procurou para reestruturar sua pintura. Muitos historiadores acreditam que o artigo de Monteiro Lobato foi agressivo e até maldoso e que deixaria marcas profundas na vida e na obra da artista. Mas, essa versão é descuidada, pois ao ler na íntegra a crítica de Monteiro Lobato, verificamos que o título original nunca foi "Paranoia ou Místificação" e sim, "A propósito da exposição Malfatti", e em muitos trechos Anita é elogiada pelo crítico. Criou-se uma lenda que Anita ficou arrasada com a crítica de Monteiro Lobato. Ficou chateada por algum tempo, mas não o suficiente para destruir sua força de mulher destemida e ousada. Tanto é mentira, que Anita ilustrou livros de Monteiro Lobato e na década de 40 participava de um programa naRádio Cultura chamado "Desafiando os Catedráticos", juntamente com Menotti Del Picchia e Monteiro Lobato. Os ouvintes telefonavam fazendo perguntas para que o trio respondesse.

[editar] A Semana de Arte Moderna de 1922

Mário de Andrade (sentado), Anita Malfatti (sentada, ao centro) e Zina Aita (à esquerda de Anita), em 1922.
Após a enorme confusão causada por Monteiro Lobato, a vida de Anita Malfatti começou a ter certa normalidade. O tempo que se seguiu após a exposição, foi de assimilação do novo, da percepção daquilo que até então não fora nem sonhado.
"Parece absurdo, mas aqueles quadros foram a revelação. E ilhados na enchente que tomara conta da cidade, nós, três ou quatro, delirávamos de êxtase diante de obras que se chamavam O homem amarelo, A mulher de cabelos verdes."
"Assisti bem de perto essa luta sagrada e palavra que considero a vida artística de Anita Malfatti um desses dramas pesados que o isolamento dos indivíduos apaga para sempre feito segredo mortal.O povo passa, povo olha o quadro e tudo neste mostra vontade e calma bem definidas.O povo segue seu caminho depois de ter aplaudido a obra boa sem saber que poder de miserinhas cotidianas maiores que o Pão de Açúcar aquela artista bebeu diariamente com o café da manhã" Mário de Andrade.
Após o período de recesso, a Semana de Arte Moderna, mais uma vez, movimentou a vida artística insípida de São Paulo. Anita participou dela com 22 trabalhos.
"Recordo-me que no dia da inauguração, o velho conselheiro Antônio Prado, com grande espanto da comitiva, quis comprar meu quadro O homem amarelo, porém, Mário de Andrade acabava de adquiri-lo. A plantinha havia vingado"
" Foi a noitada das surpresas. O povo estava muito inquieto, mas não houve vaias. O teatro completamente cheio. Os ânimos estavam fermentando; o ambiente eletrizante, pois que não sabiam como nos enfrentar. Era o prenúncio da tempestade que arrebentaria na segunda noitada"
Anita estava feliz entre o círculo modernista, uma vez que ele vinha ao encontro de suas aspirações artísticas, entraria também para o comentado grupo dos cinco.

 A Europa nos loucos anos 20

" Mário de Andrade lia uma conferência. Ao terminar a leitura, o Dr. Freitas Valle num grande gesto levantou-se de seu trono e encaminhou-se para mim, o que me assustou de tal maneira que perdi o controle…Ele realmente chegou-se para junto de mim e disse mesmo de verdade que eu poderia embarcar para a Europa em viagem de estudos…- qualquer coisa me aconteceu, não sei se voei pelo telhado ou se afundei no chão…então surgiu uma dama, eu não a conhecia, que me reconfortou e rindo-se muito da minha confusão, afirmava ser aquilo verdade… Era Dona Olívia…" Dessa forma, Anita embarcava mais uma vez, em viagem de estudos para a Europa, ou melhor dizendo, para Paris. Seriam cinco anos de estudos pela bolsa do Pensionato. Este seria o último e o mais longo período de Anita fora do Brasil. Anita embarcou em agosto de 1923, pelo vapor Mosella, rumo à França. Aquela jovem baixa, com o lenço displicentemente esquecido sobre a mão direita, tinha então 33 anos. Mário de Andrade que não conseguiu chegar a tempo da partida de Anita, enviara-lhe o seguinte telegrama:
" Querida amiga choro de raiva automóvel maldito escrevo hoje contando minha saudade e desespero perdoa mil beijos nas tuas mãos divinas boa viagem felicidades. Mário. São Paulo-21-8-1923.".A guerra que perdurara por anos, pôs um ponto final aos hábitos e costumes da belle époque. Foi fatal também para o academismo. Agora seus antigos espaços eram ocupados pela arte moderna, que com grande vitória e sucesso se espalhara por todos os cantos e continuava em expansão acelerada nos salões, galerias e coleções. Há muito tempo,Paris atraia os artistas brasileiros - que eram e continuavam acadêmicos - agora, nesse 1923, os modernismo brasileiro estava em Paris, atualizando-se.
E Anita estava lá, na tentativa incansável de encontrar-se. Apesar das muitas dúvidas que ainda tinha em relação a que caminho seguir na sua arte, Anita não deixou de trabalhar, de produzir. Logo no início do estágio francês, Anita parece ter se " aconselhado" com o pintor Maurice Denis, possivelmente atraída pelos aspectos da pintura religiosa. Nesse último estágio, uma das características mais fortes de Anita, era a busca por uma postura menos polêmica, em comparação com a época norte-americana. A impressão que se tem, é de que ela procurava por uma espécie de classicismo moderno. Na Escola de Paris, no pós-guerra, muitos pintores das mais diversas origens, passavam pela experiência da releitura da arte de séculos passados, como Picasso, por exemplo. Nessa fase, que pode-se dizer, "um aprender de novo", Anita testou várias possibilidades, e frequentemente produzia obras interessantes. Estudou muito, aprendeu muito, mas perdeu um pouco, um pouco da sua audácia, com aquela urgência constante de " se contar " á tela, agora se continha, obedecendo as ordens formais da pintura. Nesses cinco anos, a crítica francesa notaria o trabalho da pioneira, algumas telas como Interior de Mônaco", A dama de azul, Interior de igreja e A mulher do Pará, seriam as obras mais destacadas pela crítica internacional nesses anos de estudo e apresentação. A crítica francesa seria unânime também nos elogios feitos aos desenhos : "Seja: mas os desenhos? Sua personalidade única torna impossível toda tentativa de apadrinhamento, mesmo suntuoso.[...]Quanto aos desenhos de nus, de uma fatura tão pessoal, tão nítida, poucos artistas de escola moderna podem apresentá-los tão notáveis. A crítica foi unânime a este respeito".
As telas interiores-exteriores, ocupados por uma figura feminina, e as exteriores-interiores, também com figuras femininas, seriam a produção mais válida e permanente da Anita do estágio francês, com suas " mulheres" solitárias, reclinadas ao balcão. Assim, Anita Malfatti entremostrava sua solidão.

[editar] Brasil 1928

Anita Malfatti, c. 1930.
No final de setembro de 1928, Anita já se encontrava no Brasil.
"A ilustre artista mudou muito a arte dela[...]Também[...] vem encontrar os companheiros antigos bastante modificados e reforçados. Terá agora mais facilidade em ser compreendida e estimada no seu valor." Mário de Andrade.
O ambiente artístico, encontrado por Anita na volta, era bem diferente do que deixara em 1923; o grupo inicial evoluíra muito, surgiam novos adeptos e novos movimentos. O número de artistas plásticos também crescera. Na chegada, Mário de Andrade - que não nos esqueçamos era o maior e melhor amigo de Anita - noticiou imediatamente sua chegada, relembrando quem era ela:
"O nome de Anita Malfatti já está definitivamente ligado à história das artes brasileiras pelo papel que a pintora representou no início do movimento renovador contemporâneo. Dotada duma inteligência cultivada e duma sensibilidade vasta, ela foi a primeira entre nós a sentir a precisão de buscar os caminhos mais contemporâneos de expressão artística, de que vivíamos totalmente divorciados, banzando num tradicionalismo acadêmico que já não correspondia mais a nenhuma realidade brasileira nem internacional".
Em 1929 abria em São Paulo, sua quarta individual. Depois de fechar sua exposição, até 1932, Anita dedicou-se ao ensino escolar. Retomou suas aulas na escola Normal Americana e foi trabalhar também na Escola Normal do Mackenzie College.
Podemos dividir as fases artísticas de Anita Malfatti em três: a primeira seria quando define sua forma expressionista de pintar, a segunda seria a das dúvidas de que caminho seguir na arte. Dos 20,30 e início dos anos 40, quando depois da morte de Mário de Andrade e de sua mãe, Dona Betty, seria transformada numa terceira Anita Malfatti, e recolhida na sua chácara em Diadema. Iria finalmente, em paz consigo mesma " pintar à vontade", " à seu modo". A individual de 1945, prova essa unidade na pintura de Anita. A artista estava decidida em seu caminho de paz, na sua reclusão.
"É verdade que eu já não pinto o que pintava há 30 anos.Hoje faço pura e simplesmente arte popular brasileira. É preciso não confundir:arte popular com folclore…[...]eu pinto aspectos da vida brasileira, aspectos da vida do povo. Procuro retratar os seus costumes,os seus usos,o seu ambiente. Procuro transportá-los vivos para as minhas telas. Interpretar a alma popular[...]eu não pinto nem folclore, nem faço primitivismo. Faço arte popular brasileira"
Anita morreu, mas deixou vivo seus ideais, que quando realmente importantes, conseguem forças para mudar o rumo da historia.

Meu nome é Augusto Kruger, sou diretor de marketing e apaixonado por tecnologia e artes gráficas. Eu trabalho na Papira como Diretor de Marketing e arte finalista. Aqui vou tentar trazer um conteúdo interessante, com coisas que eu gosto e que significam algo para mim e para as pessoas que eu conheço.